Hoje, abrindo algumas memórias, me deparei com lembranças que jamais se apagam, porque, mesmo que se passem anos e anos, a gente sempre lembra daquele conselho que veio de dentro do coração e da alma de pessoas que não esqueceremos jamais.
Ali estava eu, no meu caminho entre estudos e danças. E hoje, quando me perguntam como foi o início da jornada, sempre repito que foi um caminho doce e amargo. Amargo em tempos em que a rivalidade estava acima de qualquer coisa, mas doce por saber que o correto sempre prevalecia.
E foi nesse doce, entre danças e estudos sobre a Cultura Cigana, que me deparei com um ídolo. E, bem diferente dos famosos que costumam ignorar as pessoas, o meu ídolo me acolheu e, para minha surpresa, sentou-se à minha mesa, me encheu de elogios e disse que eu jamais poderia parar, por qualquer que fosse o motivo, porque eu estava no caminho certo.
E assim ele me viu dançar. Tocou e eu dancei. Realizei sonhos e entendi que as Danças Ciganas jamais poderiam sair da minha vida.
Hoje, lembro com muito amor e respeito sempre daquele que chamávamos de Kaku Mio, ou Sr. Mio Vacite — o maior cigano e divulgador cultural que já conheci em toda a minha caminhada.
Esmeralda Morais